Esta brincadeira indígena é muito comum até hoje nas aldeias existentes em nosso país, além de ser muito conhecida entre as crianças. Consiste em um círculo desenhado no chão, em que os jogadores devem, com um impulso do polegar, jogar a bolinha. Os jogadores seguintes devem acertar a bolinha, e se conseguirem retirá-la do círculo, elas se tornam suas. Vence aquele que ficar com as bolinhas dos outros participantes.
Há diversas formas de jogar, mas os objetivos não mudam muito.
Com um impulso do polegar, atira-se uma bolinha tentando atingir um alvo marcado previamente (triângulo, buraco, etc) ou tomar as bolinhas dos adversários, acertando-as.
As modalidades com buracos requerem chão de terra, mas as em que se usa um desenho, como o círculo, podem ser jogadas num chão de pedra ou cimento: basta desenhar com giz.
Mata-mata ou Jogo do Mata
É a versão mais simples e não tem limite de jogadores.
Coloca-se no chão apenas um berlinde ( outro nome dado `a bola de gude), de tamanho grande.
O primeiro jogador precisa acertá-lo; se não conseguir, é a vez do próximo, que tenta acertar a bolinha do primeiro, e assim prossegue.
Se o jogador conseguir acertar a bolinha do adversário, recebe uma ou mais deste, conforme combinado antes.
A duração do jogo depende da vontade dos jogadores.
Bolinha de gude em Triângulo
Desenhe um triângulo no chão – o tamanho depende da quantidade de bolinhas a ser colocada, conforme aparece nos desenhos.
1. No primeiro esquema, jogam até quatro crianças.
Cada bolinha colocada no triângulo pertence a um jogador.
Risca-se uma linha abaixo do triângulo e, a uma distância de três metros ou um pouco menos, cada criança joga uma bolinha.
Quem acertar mais perto da linha joga primeiro; se acertar a bolinha do que jogou antes, fica com ela.
Um de cada vez, os jogadores tem que desentocar as bolinhas de dentro do triângulo; perde a vez quando não conseguir acertar.
Quem conseguir desentocar as quatro fica com todas.
Se sobrarem duas bolinhas, é preciso jogar de novo, desta vez de perto.
Se conseguir acertar a primeira, tentar acertar a última.
Se, no fim do jogo um dos jogadores tiver apenas uma bolinha, ele tem de entregá-la ao que ganhou mais.
Esta versão do triângulo é muito apreciada pelos garotos de Sapiranga, na Bahia.
2. No triângulo do desenho 2, coloca-se três bolinhas de cada jogador dentro (por isso ele é um pouco maior).
A forma de jogar é basicamente a mesma do triângulo menor: acertar as bolinhas que ficam dentro do desenho, mas vale também acertar as jogadas pelos adversários para atrapalhá-los.
Há uma versão mais competitiva, na qual o jogador que conseguir acertar a bolinha do adversário não apenas o exclui do jogo mas também fica com as bolinhas que este ganhou.
Bolinha de gude em Círculo
Esta modalidade tornou-se famosa nos quadrinhos da Turma da Mônica.
Como diz o nome, joga-se com um círculo riscado no chão, onde se coloca um número de bolinhas de acordo com combinação prévia entre os jogadores.
O modo de jogar é basicamente o mesmo do triângulo: tentar acertar as bolinhas dentro do círculo a partir de certa distância (perto ou longe, dependendo da região onde acontece o jogo).
Como no triângulo, o jogador perde a vez quando errar.
Se a bolinha atirada ficar dentro do círculo, ele não pode apanhá-la; quando for de novo sua vez, terá de usar uma substituta.
Estrela
Variante do triângulo, onde se desenha uma estrela do tipo pentagrama.
É colocada uma bolinha em cada cruzamento.
Imba ou Loca
Cava-se um buraco no chão e coloca-se uma bolinha dentro.
Os jogadores, um de cada vez, devem enlocar a bolinha, isso é, acertá-la dentro do buraco.
Quem conseguir, ganha uma bolinha de cada um dos adversários. Quem errar, fica por último. Ganha quem conseguir mais bolinhas.
Oca ou Biribinha
Como na Loca, cava-se um buraco, mas desta vez risca-se um círculo em torno dele.
O tamanho do círculo varia (pode ir de 8cm até 3 metros de diâmetro).
Os jogadores devem encaçapar suas bolinhas dentro do buraco; ganha o que conseguir fazer mais acertos.
Três Covinhas, Borroca ou Bulica
Esta modalidade é um pouco mais complexa do que as outras.
Cava-se três buracos em fila, com distância de dois passos largos (de criança).
Os jogadores de pé, devem (sempre um de cada vez) acertar a cova mais distante.
Começa o jogador que colocar a bolinha no buraco(borroca), ou chegar mais perto deste.
Ele começa tentando acertar a primeira borroca; se acertar, continua, passando para outro apenas quando errar.
O objetivo é acertar os buracos numa sequência de ida e volta.
Na segunda rodada, as borrocas recebem os nomes, respecitivamente, de meio pilas, pilas e mata (quarta, quinta e sexta covas)
O jogador pode acertar nas bolinhas dos adversários que estiverem fora dos buracos, sem perder a vez.
Quando o jogador acerta pela segunda vez a primeira cova (meio pilas), ganha o direito de acertar as bolinhas dos adversários, incluindo as do jogador que atingiu o “mata” (última cova na segunda rodada). Se conseguir, fica com as bolinhas que acertou.
Existem ainda outras variações desses e mais jogos das bolinhas de gude, em Portugal, Estados Unidos e outros países.
Estimule as crianças a inventarem novos modos de jogar: como foi mostrado aqui, a bolinha de gude é um dos jogos mais criativos.